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UMBANDA, SACERDÓCIO E FILOSOFIA

A  Umbanda tem como um dos seus principais escopos a prática filosófica, mas seus dirigentes não se preocupam para isto. Ela se credita como uma religião sem dogmas, mas temos que nos preocupar com  a Instituição Filosófica dentro dela, pois sem a filosofia, não podemos ajudar  povo que procura para ajuda espiritual de seus problemas: porque? . A Palavra filosofia é formada por duas raízes: “ amor, tendência ou aspiração e  saber “.  A primeira raiz outra coisa não é senão a tendência ou aspiração  à segunda. Ou seja, a sabedoria.Essa formação já fora empregada por HERÓDOTO E TUCÍDIDES. Mas, no fundo, o que procura a Filosofia no Sacerdócio na sua busca através da SABEDORIA? . É encontrar a verdade pela verdade. E a Umbanda almeja que cheguemos à  verdade, através dos ensinamentos transmitidos aos seus filhos, alunos etc, embora com uso de alguns simbolismo. A prática da Filosofia na Umbanda não é como se costuma pensar uma simples prática de terreiros ou conversas de gabinetes. Para o Umbandista e Sacerdote de Umbanda , ela não deve ficar jungida simplesmente às discussões que possam advir nos momentos de estudo ou no relacionamento com irmãos afeitos a ela , ou simpatizantes. Ela tem caráter profundo que demanda o aperfeiçoamento do próprio eu, para que possamos nos relacionar com o outro. É a posse de si, considerada como tarefa se toda vida humana, É o que nos ensina SÊNECA:  “QUEM SE POSSUI  NÃO PERDEU NADA, MAS QUANTOS SÃO OS QUE TÊM A FELICIDADE DE SE POSSUIR?”. Nesse relacionamento com o outro, na busca da verdade para nós mesmos e possibilitar que esta mesma verdade possa  resultar cristalina no pensamento de nosso semelhante. A prática  da Umbanda não deve ser somente no interior dos Templos. A atitude de um dos maiores filósofos da  humanidade nos demonstrou  isso. Não se  enclausurava no seu templo ou gabinete, não estava encimado pelo egoísmo de tudo saber e nada transmitir. Não se amedrontava de expor suas ideias, como nós Sacerdotes Umbandistas devemos ser, embora que elas constituíam um perigo, principalmente quando demonstravam o princípio da igualdade. SÓCRATES  demonstrou essa circunstância determinante da Filosofia. Ia à praça pública, procurando despertar a consciência adormecida, não só de seus pares, mas do povo em geral. Nós umbandistas temos coragem de praticar isto?, claro que não, temos medo do preconceito, queremos mostrar incorporação, e se fizermos em praça pública um culto com cantos em nossos atabaques, todos de branco, uniforme, sem exageros, e mostrarmos que somos um grupo de pessoas que estudamos e estamos para ajudar o próximo, mas o que nos verificamos em terreiros? O exagero, a bebida, opulência,uns achando-se melhor que o outro etc . Vamos fazer como SÓCRATES: falar em público, nas praças ou só em nossos templos, mas com filosofia para que os que nos procuram saibam que temos condição e estudo. Sócrates explicita a verdade. Ela não era colocada de imediato ao conhecimento do povo ou ao seu interlocutor, através de sua dialética, fazia com que seus ouvintes chegassem à compreensão do que até então permanecia velada, mas que estava depositada no inconsciente. È o que nós Sacerdotes devemos fazer com nossos interlocutores. Podemos dizer que ele foi o primeiro psicanalista da história a fazer vir ao consciente o que havia sido sepultado no inconsciente ou se encontrava no pré consciente. É o que fazemos com quem nos procura nos Templos. Sim, porque o psicanalista não tem uma forma de dar ao analisando um caminho já pronto, é o mesmo que nós devemos pensar ao atender uma pessoa em nossos Templos , através da racionalidade do ego, a trazer á tona o que já havia sido depositado, quer pela imposição ambiental, quer pela genética, ou, até mesmo pelo inconsciente coletivo.  Um pretenso Sacerdote, ou que o seja total, ou que se filia a uma instituição de Umbanda, não pode ficar sentado atrás de sua mesa ou seu Templo  de trabalho, com o simples saber que àquela pertence, contentando-se com conjecturas, não colocando em movimento os milhares de neurônios que existem para cumprirem as sinapses determinadas pelo conhecimento advindo, não aceitando ou tendo velado seus ouvidos no recebimento de qualquer sopro de outros pensamentos, para direcionar os seus. Aquele que pertence a uma instituição como a Umbanda deve direcionar seus pensamentos e fazer aqueles que não  afeitos a ela, mostrar a ciência da sabedoria que adquiriu. À  Ciência de todas as coisas,  essa instituição, não é parte atuante dela.A sabedoria nos faz conhecer os princípios da moral, segui-los possibilitando ao homem o cumprimento do seu destino. Ao Sacerdote cabe, através de sua ilustração, procurar destruir a ignorância, instruir o semelhante, fazê-lo  chegar à verdade. No Sacerdócio encontramos explícita essa determinação. “ A ignorância a ninguém  suporta, é mister pois educar o povo que nos procura. O lugar do Sacerdote também é em praça pública como os Filósofos, como fazia Sócrates entendendo-se que “a praça “ é onde quer que esteja reunida mais de uma pessoa. Se não vai usar a ‘” MAIÊUTICA “‘, poderá se ocupar da dialética, para a condição de caminho a ser percorrido para o bem pensar e transmitir. Há os que fazem,  “‘tabula rasa “ dos princípios da Umbanda, como se fossem perfeitamente dispensáveis e que não se pode mais pensar neles no mundo globalizado, da informática. Todas respostas podem nos vir às mãos, dispensando horas de estudo e priorização racional. Quem assim se dispuser a pensar jamais buscará a verdade, que praticamente não estará no outro, mas em  si mesmo. Espero que pensem e analisem o que exponho, para podermos colocar em nossa Umbanda o estudo mais filosófico, pois quem nos procura esta muito  querendo o saber, depois a incorporação, claro ainda temos pessoas que não querem o saber, o estudo, e sim somente a incorporação, para estes temos que mostrar a filosofia , o saber, e que isto na época atual vem em primeiro lugar, e quando a incorporação vier estar ao par de tudo, para transmitir aos nossos mentores, mestres ou guias nossa sabedoria, e com ela, eles poderem também transmitir a quem nos procura, mais cultura através de seus passes e consultas.

PAI SALUN – Sacerdote da Fucesp (Agosto 2012)

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