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Mitos e Verdades na Umbanda

Grande parte da cultura brasileira tem como raiz os costumes, credos, danças e todas outras formas de manifestação popular vindas do continente Africano. A Umbanda tem um caráter pluralista e prega o respeito ao ser humano, compreende a diversidade e respeita as diferenças. Existem diversas referencias para chegar a origem da umbanda, ela sofreu influências de diversos seguimentos, e cada vertente tem suas origens e histórias.

A Umbanda teve sua anunciação e a firmação de suas bases pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de Zélio Fernandino de Morais por volta de 1908, no bairro de Neves em Niterói no Rio de Janeiro. Sendo ela uma religião brasileira, desenvolveu-se e consolidou-se em um credo apropriado a evolução da cultura e anseios do povo brasileiro. Ela herdou da Cabula práticas mágicas e rituais africanizados, do Kardecismo a doutrina dos espíritos, do Candomblé os Orixás, do Xamanismo indígena suas ervas e curas e além de ter sofrido influências orientais, ciganas e islâmicas. E assim com esta miscigenação seria impossível há não absorção dos mitos de outras religiões.

Cabula

Cabula, seita afro-brasileira que surgiu na Bahia no final do seculo 19, de caráter secreto sincretizada de malês e bantos, onde se praticavam a magia e os rituais africanos, alguns escritores, dizem que foi a propulsora da Umbanda. (Malês era o termo usado no brasil para os negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em árabe) os (Bantus eram um grupo localizado principalmente na africa negra ao sul do deserto do Saara, e que englobava cerca 400 subgrupos diferentes, e tinha uma língua materna da família banta.

Kardecismo

A Influencia do Kardecismo com a doutrina dos espíritos trouxe o caráter científico-filosófico-religioso voltado para o aperfeiçoamento moral do homem, que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através dos médiuns.

Candomblé

A Umbanda trouxe do Candomblé o culto aos Orixás, de maneira diferente onde acredita-se que os Orixás não tiveram vida corpórea na terra. Mas para a Umbanda é a representação da energia, força oriunda da natureza. Para a Umbanda, os orixás não incorporam, o que se vê é a manifestação dos Falangeiros dos Orixás.

Xamanismo

O Xamanismo indígena trouxe para a umbanda a prática da medicina da Terra com suas ervas e curas através de pajés e feiticeiros das tribos indígenas. Alguns antropólogos acreditam que as origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos.

Orientais

A influência oriental esta ligada a  prática de cura e ciência auxiliando no tratamento médico e espiritual com seu profundo conhecimento. E é nessa linha que se encontram as falanges dos hindus, árabes, japoneses, chineses, mongóis, egípcios, romanos etc.

Ciganas

As influências ciganas são oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, pois foram na maioria andarilhos que viveram do  séculos 13 ao 16. Trouxeram para a Umbanda os trabalhos com cristais, incensos, pedras energéticas. E se utilizam exclusivamente de magia branca natural, além de banhos e chás elaborados exclusivamente com  ervas.

Islâmica

A influencia islâmica trouxe tanto para a Umbanda quanto o para  o Candomblé do uso de roupas brancas e turbantes, e a sexta-feira que  para o islamismo é sagrada (Consagrada a Oxalá) dia de rezar em congregação (assim como o sábado para os judeus e o domingo para os cristãos ).

Com a miscigenação de várias religiões e o sincretismo dos santos católicos a Umbanda carrega lendas, histórias e mitos que não se adequam a ela, passadas de geração em geração desde os primeiros cultos na época das senzalas, trazidas da Africa pelos negros escravizados no Brasil e dos índios aqui escravizados.

Os mitos relacionados a Umbanda, são na maioria de  Candomblé, pois na Umbanda e no Candomblé, cultuam-se os Orixás, mas de maneiras diferentes. Na Umbanda não tratamos os Orixás como deuses, mas sim como energia da natureza, onde trabalham em conjunto desdobrando entre si harmoniosamente.

Trabalham Harmoniosamente

Quando falamos que os Orixás trabalham harmoniosamente entre si e que, acreditamos que os Orixás, nunca encarnaram e que entre eles não a disputas, como nas historias e lendas e mitos do Candomblé.

Como os Orixás, na Umbanda também há muitas histórias lendas e mitos sobre as entidades que nela se apresentam. É caso dos Exús e Pomba Giras. Muitos mitos agregam a estes trabalhadores a fama de coisa ruim, onde só fazem o mal, não importando quem o peça, é só barganhar e está tudo certo.

Quiumbas

Na verdade o que encontramos fazendo barganhas são quiumba, eles são os Espíritos do baixo astral, e também são considerados um tipo de obsessor. Esses espíritos, “quiumbas”, vivem onde conhecemos por “Umbral” onde não há ordem de espécie alguma, onde não há governantes, é cada um por si. Muitas vezes são recrutados através de barganhas, para que atuem em algum trabalho.

Contudo, a agregação desses mitos são culpa dos próprios umbandistas que carregam para si, como verdades. Seja ela passada de geração em geração, por falta de conhecimento ou mesmo por não saberem onde é um mito e onde é uma verdade.

A falta de incentivo e de estimulo por parte dos dirigentes, e a falta de interesse dos próprios umbandistas aos estudos acarreta uma total ignorância sobre sua própria crença, com isto os mitos de outras religiões acabam-se agregando a Umbanda de maneira muito forte e marcante.

Por outro lado, temos uma deficiência muito grande sobre boas literaturas, falta de cursos e palestras. A promoção destes cursos e palestras, proporcionaria um maior conhecimento e evolução dos umbandistas, em sua crença.

Mas contudo, o maior mito dos umbandista e a própria falta de união que há entre os terreiros, principalmente a falta de respeito de um com o outro.

A grande soberba de dirigentes e médiuns acabam manchando o nome da Umbanda. Se a Umbanda prega a humildade e a caridade então o porque da ostentação e do preconceito entre os umbandistas. Com tudo isto a Umbanda esta agregando mais mitos para si, e deixando de lado a sua verdadeira base fundamental.

Com a união de todos a Umbanda sairia da sombra de outras religiões, onde seriá possível eliminar, os mitos que a envolvem.

Assim o mais importante não é ficar preso á idéias pré-estabelecidas ou a conceitos ultrapassados.

A evolução faz parte de nossas vidas, mas sempre com muito respeitos. Primeiramente devemos evoluir como seres humanos, praticar a caridade, deixar o preconceito de lado, respeitar o próximo e com muita dedicação aos estudos sobre a Umbanda.

         MENSAGEM

Se a mediunidade for uma cruz, posso afirmar que é a cruz mais leve que se carrega desde que se está encarnado, pois é justamente essa mediunidade que em muito facilita nossa estadia nesse Plano Físico. Mediunidade esta que, nós da força para prosseguir em frente com a nossa evolução espiritual, e como ser humano.

(Cláudio Zeus)

Alunos:

Wilson Petelin

Marcos Tadeu Pereira

Fucesp – Julho de 2015

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